2024: ano bissexto e com menos feriados

Com o advento de 2024, nos deparamos mais uma vez com a peculiaridade do ano bissexto, um evento que adiciona um dia extra ao mês de fevereiro a cada quatro anos. Tal ajuste é essencial para manter a sincronia do calendário civil, o calendário gregoriano, com o ano solar, que possui uma duração média de 365,242 dia

A história intricada dos anos bissextos remonta à criação do calendário moderno, uma jornada que exigiu séculos de refinamentos. Originado entre os romanos, o primeiro calendário, atribuído a Rômulo, tinha 304 dias divididos em 10 meses, começando no equinócio de primavera no hemisfério norte.

Seu sucessor, Numa Pompílio, modificou o calendário para 355 dias e 12 meses, dando início à busca pela sincronização ideal com o ano solar. A solução inicial envolvia a adição de um mês extra a cada dois anos, com 22 ou 23 dias. Em 45 a.C., Júlio César, ciente da necessidade de aprimoramento, contratou o astrônomo Sosígenes para transformar o calendário romano em um calendário solar, alinhando-o com as estações do ano, seguindo a tradição egípcia, que também introduziu o sistema de 24 horas.

Assim nasceu o calendário juliano, que introduziu o conceito de anos bissextos. O termo “bissexto” deriva da expressão de César sobre o evento: “ante diem bis sextum Kalendas Martias”, traduzido do latim como “repetição do sexto dia antes das calendas de março”. A adição de um dia a cada três anos, contudo, não corrigia eficientemente a sincronização solar, uma falha reconhecida aproximadamente 30 anos depois.

Historiadores sugerem que a solução foi omitir os anos bissextos entre 12 a.C. e 8 d.C. Foi sob o reinado do imperador Augusto, sucessor de Júlio César, que a prática foi finalmente estabilizada, instituindo o acréscimo do dia extra a cada quatro anos, após o dia 24 de fevereiro.

O ano bissexto, além de uma curiosidade temporal, representa a habilidade humana de ajustar sistemas complexos para refletir com precisão a natureza cíclica do tempo. À medida que celebramos mais um ciclo bissexto, somos lembrados não apenas da passagem do tempo, mas da astúcia histórica que nos permitiu sincronizar nossos dias com as órbitas celestiais.

Sinval Silva para o Itay Notícias
Fonte: Terra
Foto: Quero Bolsa

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