O Banco Central (BC) anunciou uma revisão positiva nas projeções de crescimento da economia brasileira para o ano de 2023. A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, subiu de 2% para 2,9%, principalmente devido ao desempenho surpreendente no segundo trimestre.
No primeiro semestre deste ano, a economia brasileira superou as expectativas, com um crescimento de 0,9% no segundo trimestre em relação ao primeiro, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve um avanço de 3,4%. No acumulado dos últimos 12 meses, o PIB registrou um aumento de 3,2%, e no primeiro semestre, uma alta de 3,7%.
O Banco Central observou que, embora tenha havido um desempenho forte no primeiro semestre, parte desse crescimento se deve a fatores temporários. A perspectiva é que o crescimento econômico diminua nos trimestres subsequentes e ao longo de 2024.
A agropecuária foi um dos principais impulsionadores do crescimento, com resultados excepcionais na produção de soja, milho e cana-de-açúcar no primeiro semestre. No entanto, o BC prevê que o setor agropecuário não continuará a crescer a taxas tão altas no restante do ano e em 2024.
Outro fator transitório que impulsionou o crescimento foi o aumento dos benefícios previdenciários no primeiro semestre, influenciado pelo aumento do salário mínimo e mudanças no calendário de pagamentos. Esses efeitos não devem se repetir na mesma magnitude.
Em relação à política monetária, o BC reduziu a taxa básica de juros, a Selic, de 13,25% ao ano para 12,75% ao ano na semana anterior, buscando conter a inflação. No entanto, o BC enfatizou a necessidade de manter uma política monetária contracionista para atingir as metas de inflação em 2024 e 2025, devido à incerteza nos mercados e às expectativas de inflação acima da meta.
O BC também apresentou projeções para 2024, com um crescimento estimado do PIB de 1,8%, indicando uma expansão mais homogênea nos setores de agropecuária, indústria e serviços, bem como na demanda doméstica.
Em relação à inflação, o BC manteve a previsão de 5% para 2023, com a taxa Selic projetada em 11,75% ao ano e uma taxa de câmbio de R$ 4,90. Para 2024 e 2025, as expectativas são de uma inflação de 3,5% e 3,1%, respectivamente.
Embora haja incertezas nos mercados, o BC está focado em controlar a inflação para manter a estabilidade econômica e financeira no país. As projeções do mercado financeiro são ainda mais otimistas, prevendo uma inflação oficial de 4,86% para o final deste ano, de acordo com o boletim Focus.
Sinval Silva para o Itay Notícias
Fonte: Agência Estadual de Notícias
Foto: Wenderson Araujo/Trilux