Faustão recebe um novo coração

O Ministério da Saúde emitiu um comunicado em relação ao transplante de coração ao qual o apresentador Fausto Silva foi submetido em São Paulo no último domingo (27). O comunicado visa esclarecer que a decisão de conceder prioridade a Faustão para o transplante foi baseada na gravidade do seu quadro clínico.

Segundo a declaração da pasta, entre os dias 19 e 26 de agosto, um total de 11 procedimentos de transplante cardíaco foram realizados no Brasil, dos quais sete ocorreram no Estado de São Paulo, que concentra a maior quantidade de transplantes cardíacos no país.

Quanto ao caso específico do apresentador, que passou pela cirurgia no domingo (27), o Ministério da Saúde enfatizou que Faustão atendia aos critérios de prioridade para o transplante devido à “extrema gravidade do seu estado de saúde”. O comunicado do ministério acrescenta que Faustão recebeu um coração compatível, da mesma forma que os outros sete pacientes submetidos ao transplante.

Além disso, a pasta de Saúde destacou que a lista de espera para transplantes é uniforme tanto na rede pública quanto na privada. A ordem de preferência segue critérios técnicos, como tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade específicos para cada órgão, determinando a sequência de pacientes para transplante.

Quando os critérios técnicos são semelhantes, a ordem de inscrição na lista de espera entra como critério de desempate. Pacientes em estado crítico têm prioridade de atendimento devido à sua condição clínica, assegurando assistência integral, equitativa, universal e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante.

A Central de Transplantes do Estado de São Paulo também forneceu esclarecimentos adicionais sobre o posicionamento de Faustão na lista de espera. De acordo com a central, Faustão ocupava a segunda posição na fila de espera por um coração. A seleção, gerada através do sistema informatizado de gerenciamento do sistema estadual de transplantes, identificou 12 pacientes que atendiam aos requisitos necessários. Dentre eles, quatro foram priorizados, sendo que Faustão ocupava a segunda posição nessa seleção.

A equipe transplantadora do paciente que estava na primeira posição optou por recusar o órgão, o que abriu caminho para a oferta do coração ao segundo paciente, que era Fausto Silva.

Faustão, Internado no Hospital Albert Einstein em São Paulo desde o dia 5 de agosto, foi submetido com sucesso à cirurgia de transplante cardíaco neste último domingo. O apresentador estava em diálise e dependia de medicamentos para fortalecer a capacidade de bombeamento do coração, circunstâncias que o colocaram na lista de prioridades para o transplante.

O procedimento foi realizado com êxito, e Fausto Silva segue em observação na UTI. As próximas horas são cruciais para monitorar a adaptação do órgão e evitar rejeições, de acordo com o Hospital Albert Einstein.

A Central de Transplantes do Estado de São Paulo contatou o hospital na madrugada de domingo para notificar a disponibilidade do coração compatível para Faustão. Após avaliação de compatibilidade do órgão, a cirurgia foi conduzida com sucesso e teve duração de aproximadamente 2 horas e meia.

Enquanto aguardam novas atualizações, Luciana, esposa de Faustão, e João Guilherme, filho do apresentador, optaram por não se pronunciar neste momento.

A reportagem também buscou informações do Hospital Albert Einstein sobre a origem do doador e possíveis riscos pós-cirurgia. O hospital respondeu que, por enquanto, só podem divulgar as informações presentes no boletim médico. Também foi mencionado que o doador do coração de Faustão era um homem de 35 anos.

Procedimento de Doação de Órgãos no Brasil

A doação de órgãos no Brasil depende exclusivamente da autorização da família de uma pessoa com morte encefálica, definida como a “ausência de todas as funções neurológicas”. Historicamente, o país enfrenta uma taxa elevada de rejeição à doação de órgãos, atingindo 43%, conforme dados do Ministério da Saúde.

Um único doador pode salvar até oito vidas, doando órgãos como coração, pulmão, fígado, rins, pâncreas, córneas, intestino, pele, ossos e válvulas cardíacas.

A autorização concedida, exames são realizados, incluindo testes de sangue para detecção de HIV, hepatite B e C, HTLV, sífilis, doença de Chagas, citomegalovírus e toxoplasmose. Após a análise, o doador é encaminhado para a cirurgia de retirada dos órgãos.

Para o procedimento de transplante, o médico inscreve o paciente em uma lista única controlada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Essa lista não diferencia pacientes da rede pública ou particular. A captação dos órgãos, no entanto, é realizada pela rede pública, mesmo que o procedimento seja feito em hospital privado.

Guilherme Viganó, médico cardiologista, esclareceu que a fila de transplantes segue uma ordem baseada no tempo de espera, independentemente do paciente estar no SUS ou em convênio particular. Situações críticas podem justificar prioridade.

A doação de alguns órgãos pode ocorrer em vida, como rins, medula óssea, parte do fígado e parte do pulmão. No caso de doadores falecidos, coração, pulmão, fígado, rins, pâncreas, córneas, intestino, pele, ossos e válvulas cardíacas podem ser doados.

A ordem cronológica da lista de transplantes é um fator, mas outros critérios, como gravidade do caso e compatibilidade sanguínea e genética, também são considerados. A Central de Transplantes seleciona os pacientes mais compatíveis quando um órgão é disponibilizado.

É importante notar que crianças também recebem prioridade nesse processo.

Sinval Silva para o Itay Notícias

Fonte: UOL

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